quinta-feira, março 08, 2007

Aniversário de 2 anos

Namorava com um cara que exigia a perfeição.
A mulher perfeita, de corpo perfeito, que fosse a dona de casa perfeita, que estivesse sempre pronta para ele quando e na hora que ele quisesse. Queria uma Amélia, um bibelô. E eu sempre estive bem longe de ser isso.
Sou uma pessoa extrovertida com opinião, falo o que penso (muitas vezes até mais do que deveria), defendo minhas idéias mas sei perceber quando existem outras melhores. Adoro dançar, me divertir. Muitos acham que estou bêbada quando nem se quer dei um golinho. Na verdade, nunca tomei um porre.... ainda! Rssss....
No início eram só frases que eu não dava muita importância como “ Se te encontrasse numa balada, vc nunca seria a pessoa que eu iria escolher para me aproximar”. E aí começou...

Na época estava oscilando entre 61 kg e os 63 kg. Nunca havia descido dos 60 kg, apenas passado por. Não me incomodava esse peso, mas me incomodava com os comentários dele. Não eram direcionados ainda a minha pessoa e sim com pessoas que víamos na rua em forma de indireta. Me sentia magoada, mas deixava para lá.
Filhinho de papai que foi criado pela avó soltando pipa no ventilador da sala. Nunca soube o que era uma havaiana e muito menos o que é realmente se divertir com os amigos, pois os únicos que tinha, era por algum interesse da parte deles em algo dele.
Sentia uma certa pena. Achava-o mal compreendido por todos. Comigo ele era diferente.
Me enganei.
Ou pior, ele se enganou e manter uma máscara de ser “uma pessoa legal” caiu.

Viajava todo final de semana para ficar com ele, pois ele mora perto de Sorocaba/Itu.
Na época estava fazendo Pós na Gv e estudava fds na casa dele e até para isso havia complicações, afinal as coisas tinham que ser como ele queria.

Me forçando a comer menos, não tomávamos café da manhã. Saíamos direto para almoçar. Dizia que assim era melhor para perder “banhinha”. Ficava p. da vida!!! E quantas vezes não fui dormir com fome por não ter o que comer. Parece ridículo eu sei, mas quarto dele era separado do resto da casa como se fosse apart-hotel e o condomínio era longe de qualquer lugar que eu quisesse ir.
Lembro até hj da primeira vez que enfiei os dedos na garganta me sentindo culpada. Estávamos num restaurante em Itú e de repente uma culpa me invadiu. Me senti suja, obesa. Precisava tirar aquela comida de mim.
Lembro do quanto foi difícil usar os dedos. Lembro de ter chorado no banheiro enquanto uma senhora estava na porta ao lado.
Me senti decadente. Me senti mal.

Nisso o namoro começou a desandar. Estava quase que rebelde e de saco cheio. Havia aceitado muitas coisas por amor, mas havia o amor por mim que era e sempre será muito mais importante.

Lembro ainda do dia (e como poderia esquecer?). Era 08/03/05 (2 anos hj) e tivemos uma discussão homérica por telefone. Ele me chamou de gorda. Que parecia uma esponja sugando tudo que era gordura e alimento à minha volta (falou dessa forma mesmo). Foi como uma facada. Em um segundo tudo ficou mais lento. Foi como se o tempo tivesse parado. Não lembro nem mais o que foi dito, somente o chão que havia perdido naquele momento.

Miar já havia se tornado mais comum após ter terminado, de uma hora para outra parei de comer. Ninguém reparava em minhas desculpas.
De 63 kg cai para 54 kg em quase 20 dias. Os comentários foram inevitáveis.
Estava ruim. Muito mesmo. Magoada, triste, sozinha e mesmo tendo terminado ainda estava inconformada pelas coisas eu ele havia me feito passar.
Achando que fosse ter sossego quando eu terminasse foi erro meu. Ele não se conformou que “eu tive coragem” para terminar. Enfim.
Esses problemas eu resolvi, mas os Transtornos desenvolvidos ficaram.
Não sei o que é mais viver se eles.
Oscilo sim em fases em que até como, por outras que fico a base de miseras calorias diárias.
Hj estou com 54 kg. Havia atingido 58 kg, mas nada que fugisse a uma boa forma de “gostosa”, mas como diz Adriane Galisteu, prefiro ser magra à gostosa.
As pessoas acostumaram a esse meu peso e julgo que é isso mesmo que vai acontecer quando eu chegar aos 50 kg. As pessoas perceberão, mas logo irão esquecer e seguir em frente. E eu irei continuar nessa luta incessante e sem fim de conciliar magreza com bunda e peito, rsssss....

Desculpem o tamanho do post...

Beijocas

2 comentários:

Anna Dark disse...

Tá! Falando sério agora. Eu to ficando com medo de você (risos!). Parece um Deja vu, quando leio os teus posts! Eu já tive uma relação muito parecida com essa que vc descreveu. Onde eu alternava dias entre a falta de amor próprio e humilhação. Um verdadeiro absurdo eu ter conseuido suportar, exatos 14 meses. Entre idas e vindas, era sempre ele que acabava. Um dia,pois enchi-me e resolvi chutar o balde, e a separação foi pra valer. Após o término do namoro, perdi, assim como tu, extatos 9kg. Fato que levantou meu astral e me devolveu a auto estima. Não, não foi nesta época que desenvolvi o meu TA. Mas talvez foi esta época que me motivou a querer meu corpo magro de volta, e que me levou a perda de controle (entre aspas). Menina, eu preciso trocar uma idéia ctgo. Acho que temos mto em comum e acredito que vai ser mto bom dividirmos nossas experiências. Me adiciona no msn: annadak@hotmail.com, quando vc puder tah bom? mas oh... Adiciona mesmo, que eu vou ficar esperando! Po, um super beijo pra vc tah bom? Se cuide, e posso te desejar, feliz aniversário! (risos!)

Anônimo disse...

A-DO-REI sua história. Não porque ela seja bonita, mas porque é real. Eu sei o que é isso, já fui muito humilhada por não ter o peso ideal para a dança. Sou bailarina e vc pode imaginar como é esse mundo. É ter, em vez de um, ao menos 20 desses namorados, todos julgando se conseguirei dar conta do recado e se as luzes do palco se acenderão para mim. Bom, eu sou amiga da Anna Dark, depois, se quiser, podemos falar todas juntas no msn. Beijo grande!